quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Redes sociais como fontes para seleção documental: padronização e assuntos em evidência por grupos

Por Alex Silveira (Bibliotecno)


Falar em biblioteconomia, informação e redes sociais é algo complicado. Não há uma linha que diga qual o possível uso das ferramentas de redes populares, como o Facebook, que seja realmente útil para as bibliotecas. Provavelmente a divulgação de serviços seja o uso mais claro. A própria finalidade destas ferramentas é questionada: elas servem para informar ou comunicar?
Em setembro de 2011 o Bibliotecno publicou um texto ainda pouco elaborado acerca do tema, focado no uso das ferramentas de redes com o fim de seleção documental, denominado “Acervo que represente a sociedade. Usar redes sociais como fontes para seleção, é viável?”.  Neste texto uma coisa foi considerada, independente de como utilizar os dados publicados nestas redes: a formação de acervos deve vir daquilo que a sociedade, a comunidade de uma biblioteca, considere relevante.
Muitas características devem ser analisadas, principalmente em relação aquilo que leva uma pessoa a compartilhar algo, mas uma característica estrutural começa a se tornar muito similar nestas ferramentas. Ao invés do foco na troca de recados, modelo explorado até hoje pelo Orkut, as redes estão se tornando listas cronológicas de trocas de informações em linha cronológica. Este é um modelo que acabou sendo bem sucedido pelo Twitter e que inspirou mudanças no Facebook e deu característica ao Google Plus.
Mas o twitter ainda tinha uma característica importante para a possibilidade que o Bibliotecno abriu no texto de setembro: Os assuntos em tendência, ou trending topics. É claro que a ferramenta ainda é muito limitada para o uso de seleções documentais para o público alvo de uma biblioteca, pois, o único filtro de tópicos de tendência que o Twitter apresenta é regional, e por grandes regiões como algumas cidades.
Mas o twitter não é mais o único a apresentar as tendências em discussão. O Google Plus adotou o modelo. O interessante aqui é que o Google Plus também adota o modelo de círculos, segmentando usuários de forma melhor que as listas do Twitter e do Facebook. A junção das duas ideias poderia facilitar a implantação técnica do uso das ferramentas de redes sociais populares. Seria muito interessante uma biblioteca criar um círculo de seus leitores e leitores potenciais e ver as tendências de assuntos apenas para estes grupos reduzidos.
Muita coisa ainda faltaria para a utilização destes dados, como um modelo de análise dos tópicos em tendência e a análise do que leva aqueles usuários a compartilhares tal assunto. Porém, caso se torne real  em algum momento, a possibilidade de análise de tópicos de tendência limitados a um grupo de pessoas, um grande passo seria dado, pois seria possível iniciar análises que hoje são complicadas de serem feitas.
Outra possibilidade muito interessante é que o Google Plus vem integrando os serviços do Google, sendo dois deles o Google Reader e o Google Music, o que trará para a rede social da empresa um maior volume de informações a serem compartilhadas e trocadas de acordo com os interesses individuais e coletivos.
Espero, e torço que em algum momento as fermentas de redes possibilitem tal rotina. Mas ver o Google Plus trazer o recurso de tendências já pode ser considerado um sinal de que para muitos é importante saber aquilo que se discute naquele meio.



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